Me vi colocando pesos em uma balança. Em um lado, meu lado egoísta com os meus desejos, as vidas das pessoas que seriam sacrificadas por ele. Em outro lado o que eu podia chamar de “destino” e a vida das pessoas que eu poderia ajudar a salvar.
Eu queria ser medica para salvar vidas, não iria ser tão diferente no outro lado, eu estaria salvando. A diferença era que eu estaria arriscando a minha também.
_ Qual é a sua escolha?
_ Eu vou ir com vocês. Respondi um pouco incerta.
_ Fez a melhor escolha. _ Ele disse contente.
Eu esperava que sim, tenho certeza que não haveria mais volta.
_ Vamos voltar à noite. Você pode voltar a sua casa para se trocar e pegar suas coisas. Katrine irá com você.
Katrine Mcgold era bem diferente dos demais, enquanto os outros me ignoravam e não respondiam as minhas perguntas, ela era bem comunicativa e simpática.
Do trajeto da casa abandonada até a minha ela me interrogou. Minha idade, preferências, desejos, signo, namorados, emprego, filhos, família, faculdade.
_ Você mora com seus pais? _ Ela perguntou.
_ Não, moro sozinha. Minha mãe morreu quando nasci e meu pai quando fiz oito anos.
_Sinto muito. _ ela sorriu delicadamente.
_ Não sinta, não foi sua culpa.
O clima ficou um pouco tenso, era normal depois das pessoas saberem o motivo da minha independência, a minha “sorte” espantava.
_ Nossa! _Ela disse quando parou em frente da casa. _ Essa casa é sua?
_ Na verdade não. Ela é da minha tia, ela mora na Romênia e eu cuido pra ela.
_ É linda. _ Ela declarou.
A porta estava encostada, na correria de fugir eu me esqueci completamente da casa.
_ Vou na frente para ter certeza que está tudo bem. _Ela disse abrindo a porta.
Ela entrou e saiu rápido com algo escondido atrás das costas.
_ O que é
Ela tirou a mão que estava escondida revelando um cadáver pequeno esmagado, branco com manchas vermelhas. Era o corpo de Lira.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
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