segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Sozinha no quarto desfiz minhas malas e acomodei no grande guarda-roupa, as minhas poucas roupas e o meu colar.
Organizei as coisas na penteadeira e no banheiro. O banheiro era bem simpático, havia uma banheira muito atrativa, eu já tinha noção do que fazer nos momentos vagos. Eu, banheira, água e espuma.
Tomei um banho relaxante e calmo, não parecia que estava ali naquele lugar, em outra dimensão. Nem parecia que tinha acontecido tudo aquilo. Mortes, demônios, pessoas estranhas, outro lado.
Nunca pensei que o “outro lado da vida”, fosse esse, sempre imaginei algo espiritual, algo anormal. Apesar de que aquilo não tinha nada de normal.
Nossa! Mas aquilo estava mesmo acontecendo? Um lado gritava que não e queria que eu acreditasse que era só mais um sonho maluco, uma ilusão. Enquanto o outro lado sussurrava que sim, uma segurança que me perturbava. Como ela podia ter certeza?
Sair da banheira, antes que meu corpo começasse a derreter, meus dedos já estavam enrugados. Vestir minha camisola cor de pérola, a qual muitos já conheciam. De repente uma pergunta me surpreendeu. Será que todos dormiam nesse corredor? Eu sabia que Katrine estava no quarto ao lado, mas como era a distribuição dos outros?
A cama era tão macia e confortável como aparentava, tive a doce ilusão que ali naquela cama o sono iria me pegar de jeito, mas não. Tive vontade de sair para fazer uma excursão pela casa, mas descartei a ideia, se eu encontrasse com Daniel ou com a Kaia eu ficaria sem jeito.
Lembrei que eu tinha um diário, uma agenda coberta com cetim e uma caneta coberta com o mesmo material, Já fazia um bom tempo que eu não escrevia, a ultima data contava que as coisas estavam às mesmas, a única novidade era que eu seria estrutura de Sara, tirando isso a minha vida era monótona como a da maioria de algumas pessoas ou pior. Eu escrevia para depois quando eu fosse mais velha e não lembrasse pudesse curtir as minhas fases.
“Onze de Maio de 2000”. Escrevi com a minha melhor letra. “Inacreditável”_ Escrevi forte.
Escrever o quê? Que palavras usar e de que modo esclarecer?
Algo me disse que não precisava se escrito, isso era uma coisa que nunca seria esquecido. Mas eu tinha outro desejo, deixar para outras pessoas, daria um bom livro de ficção.
Comecei contando sobre o jantar da Monte Negro, a comemoração, depois a morte dos meus amigos, os demônios, e isso aqui, essa nova dimensão. Era definitivamente muita coisa, usei três paginas inteiras, depois guardei dentro da gaveta da penteadeira.

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