sábado, 19 de fevereiro de 2011

Me livrei da roupa, da joia e desabei na cama. Precisava ficar parada, tinha exigido muito do meu corpo. A queimação d da marca havia contaminado outras partes. Sentia meus nervos beliscarem de tanto serem contraídos, eu merecia dias e noites de sono, era injusto não conseguir fazer minha terapia e nem dormi naturalmente.
Minha mente estava deserta, meu rosto devia contém um olhar vazio, meus lábios trancados sem foma. Era estranho não pensar em nada, me esforcei para algo aparecer.
Sentir meu corpo trabalhando. Meus pulmões se expandirem e se contraírem dentro da minha caixa torácica , meu coração batendo. Tive saudades de casa, da faculdade, do restaurante.
Como estaria tudo por lá? Eu esperava que bem.
Fraguei me pensando no futuro , talvez quando tudo terminar eu possa voltar e começar de onde parei.
Olhei para o relógio, indicava ser o inicio do outro dia. Se eu tivesse observado antes talvez achasse que já havia passado um bom tempo. Me fez cair em mim.
Liberta do estagio de nostalgia, vesti uma roupa qualquer e desci decidida a fazer algo que preenchesse o tempo. A sala estava vazia o que me poupava olhares e perguntas. Os gladiadores deviam ter ido embora e os outros descansado.
Sem querer entrei na sala de armas. Armas sagradas, armas de fogo, todas piamente organizadas. Peguei uma arma já carregada e coloquei entre a calça a tampando com a blusa. Não foi a única , peguei também uma das armas dourada , a coloquei dentro da blusa no sutiã a prendendo.
Não teria problema nenhum se eu desse uma volta pela cidade e voltasse antes que eles acordassem. Seria rápido já que estava quase amanhecendo.
Desde que cheguei ao novo mundo fiquei presa ali, rodeando apenas os limites deles.
Peguei emprestado um carro prata, um Corrolla, o grande portão rangeu timidamente. O carro era silencioso e rápido, eu dirigia devagar.
Lugares abandonados, na maioria grandes e chamativas construções, na porta delas pessoas largadas de aparências dignas de pena.
Faces sujas , cabelos maltratados e embolados de qualquer jeito ,muitos com a doença estampada e com o desespero rindo. Sentia-me mal por isso, mal por eles, um pouco assustada, um pouco culpada.
Como era possível, uma cidade está assim?
Meus olhos avistaram uma garotinha. Ela estava debaixo de um alpendre com as mãos ao redor do corpo a protegendo, sua cabeça estava entre as pernas. Lembrei de Katrine e sua trajetória. Parei o carro e desci.
Ela não notou minha presença e pelas fungadas estava chorando. Estava com uma calça já rasgando e um casaco grande sujo, seus cabelos marrons desciam sobre ele.
_ Olá! _ Chamei sua atenção.
Ela levantou a cabeça rapidamente, seu olhar continha pavor, as lágrimas que escorriam de olhos vermelhos e inchados provavam que aquelas lagrimas não eram únicas.

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