domingo, 17 de outubro de 2010

Quando o filme terminou eram três e meia da manhã e eu estava na mesma, sem qualquer rastro de sono.
Desliguei a TV e voltei para o quarto, algo macio passou rápido por cima dos meus pés, era minha gata Lira que se assustou quando abrir a porta. Tia Danna havia me dado Lira na ultima vez que esteve aqui no ano passado. Ela disse que Lira ia me ajudar a ficar menos sozinha, mas creio que ela errou de presente.
Lira assim como eu gostava de ser independente e só me procurava quando queria comida ou carinho, vivia passeando e respeitava meu espaço, devia ser por isso que nos dávamos tão bem.
A chuva tinha dado uma moderada e agora caia fraca e fina. Da janela do meu quarto dava pra ver a rua e a casa do vizinho, olhando um pouco mais longe entre os galhos da mangueira do jardim que ficava ao lado da janela do meu quarto eu vi uma pessoa com o que parecia ser uma capa de chuva e estava de cabeça baixa. Abrir um pouco a janela, uma brisa fria queimou a ponta de meu nariz, apertei os olhos tentando ter uma visão melhor, talvez eu conhecesse.
A pessoa olhou na minha direção, não pude ver seu rosto, estava escuro e o capuz tampava sua face. Imediatamente fechei a janela, um arrepio percorreu minha espinha, voltei para a cama era melhor eu tentar dormir, eu já estava vendo coisas.
Meu ombro esquerdo começou a queimar, no lugar onde se situava minha marca de nascença, era uma queimação suportável. Às vezes isso acontecia, ela queimava como fogo, não sei por que, mas até que eu havia me acostumado era uma das minhas coisas estranhas.
Eu precisava dormir e eu tinha pouco tempo para isso, eu tinha duas alternativas, ficar olhando pro teto até acontecer o milagre do sono, ou dá a volta no meu corpo. Vi isso um dia num programa de TV e em algumas vezes deu certo.
Enfiei a mão debaixo do travesseiro e fechei os olhos, tudo que eu tinha que fazer era desligar minha mente do corpo assim ele estaria descansando enquanto minha mente estaria acordada em certo ponto.
Eu tinha consciência de tudo ao meu redor. Do som abafado do despertador ao barulho que os galhos da árvore faziam ao balançar e assim meu corpo dormiu. Era uma coisa estranha, me sentia dormindo, mas eu sabia que estava acordada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá querido leitor! Deixe aqui sua critica ou elogio, ficarei feliz em ler. Aos que quiserem saber mais dá história ou até mesmo de mim, adicione no orkut abaixo.
Grata :)!
http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=10166916928184377426